24.1.06

Colherada de cultura do dia

Hoje há prosa. De alta qualidade.
Ainda de Octavio Paz.

Dama Huasteca

Deambula pelas margens, nua, saudável, recém-saída do banho, recém-nascida da noite. Em seu peito ardem jóias arrancadas ao verão. Cobre-lhe o sexo a erva lassa, a erva azul, quase negra, que cresce nos bordos do vulcão. Em seu ventre uma águia desdobra as asas, duas bandeiras inimigas entrelaçam-se, a água repousa. Vem de longe, do país da humidade. Poucos a viram. Contarei o seu segredo: de dia, é uma pedra à beira do caminho; de noite, um rio fluindo à ilharga do homem.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home