26.1.06

Culturazinha, hoje também

Lúbrica

Mandaste-me dizer,
No teu bilhete ardente,
Que hás-de por mim morrer,
Morrer muito contente.

Lançaste no papel
As mais lascivas frases,
A carta era um painel
De cenas de rapazes !

Ó cálida mulher,
Teus dedos delicados
Traçaram do prazer
Os quadros depravados !

Contudo, um teu olhar
É muito mais fogoso
Que a febre epistolar
Do teu bilhete ansioso.

Cesário Verde

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