Resignação e Páscoa
Formatada desde cedo pela religião católica, talvez fosse hoje dia de escrever sobre Páscoa(*) e Ressurreição. Mas não. Antes quero escrever sobre Resignação e Páscoa.
Porque, aos que me são chegados de coração, ouço-os. E não esqueço algumas coisas que me dizem. E se as fixo é porque são importantes, é porque as valorizo muito.
Assim, aqui e agora, vou falar sobre três ou quatro “falas” que fixei e me suscitam questões.
• Quando alguém me diz “no tempo em que o amor cegava……essa pessoa, estimo-a muito”,
• quando alguém me diz a conhecida frase “amei, amaram-me, isso me basta……mas recordo sempre o último olhar. Não com tristeza. Só com melancolia”,
• quando alguém me diz que lhe assentam bem os versos – “Já não me importo/até com o que amo ou creio amar”.
• quando alguém me diz, triste mas prosaicamente, “isso é a pior coisa que um gajo pode ouvir”,
pergunto-me:
A resignação impõe-se ou conquista-se?
A resignação é uma expiação? – De quê?
A resignação é uma forma de santificação?
A resignação é uma forma de sublimação?
A resignação é uma coisa boa ou má?
A ressurreição existe? – E é um direito?
Como a ignorante aqui sabe que há verdades que não são definitivas; como a cada um sua verdade; como somos todos diferentes e todos iguais, iguais nos anseios fundamentais, diferentes no pensamento e nas crenças; aqui fica o pedido, a que venha alguém mais Sábio e mais Iluminado, dizer de sua justiça. Porque tempo de meditação nunca foi perdido e nem fez mal a ninguém.
....................................
(*) Páscoa/Pessach/Passover:
comemora o êxodo dos israelitas do Egipto, durante o reinado do faraó Ramsés II, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida.
9 Comments:
Bom dia e um abraço.
Ao visitar o meu blog, deixou explícito para eu visitar o seu, e não comentar, só ler...
Eu li e não comento, mas digo-lhe, que não aprecio "beatices", nem qualquer forma de fanatismo, seja ele político, desportivo, religioso ou outro...
Fique em paz...
Nem sábio, nem iluminado, mas curioso e opinativo por prazer, vou responder ao seu apelo e dar a minha opinião:
1)a resignação será boa quando "não há nada a fazer" para contrariar a desdita mas, posto isto, começa o processo de adaptação e sobrevivência (em contraste com a fase de revolta/desespero+incompreensão e impotência). Fácil de falar, difícil de fazer? Pois, é exactamente isso: "não há nada a fazer", mas pode "dar a volta".
2)Já não será nada boa se a "desdita" tem solução, mas os nossos defeitos/limitações/medos/acomodações (aquilo que pomposamente se chama a idiossincrasia) nos levam a "resignar" à ideia "sou assim, não há nada a fazer" ou tipo pintaínho Calimero (lembra-se?).
Existe muita literatura de "auto-ajuda" (tipo bricolage existencial ou "perca uma vida inteira de inibições em 10 semanas"), porém ainda confio nos métodos ancestrais que recomendavam ter sempre as mãos ocupadas para que a mente/espírito/o-que-lhe-queira-chamar fortaleza, cresça e frutifique.
Pessoalmente, acrescentarei um par de pés e todos os caminhos do mundo a essa receita (segundo o lema do poeta Machado "camiñante, no hay camiño...).
Porque falou na Páscoa e Ressurreição, e porque sei que gosta de ler e ver cinema, acrescentaria as memórias de Carl Jung "Recordações, sonhos e pensamentos" (ed. Vozes(?) e a fabulosa encenação "The Mahabharata" de Peter Brook (DVD disponível na FNAC, p.ex.).
Por hoje chega, não me provoque.
................
Boa Páscoa
Beijinhos e noite serena
Bom dia, boa Páscoa e um abraço.
Censurou o meu comentário, por eu pensar ligeiramente diferente de si.
É a prova de "beatice" crónica... que só vê numa direcção.
Mas, mesmo não publicando o meu post, o que eu penso sobre as pessoas como você, poderá ler no meu blog.
Tenha uma boa sexta feira "SANTA"
Uma boa Páscoa Ana. Bjinho.
Boa noite e um beijinho Tia.
( Não tenho culpa mas anda aí outro fdputa a utilizar a minha assinatura. É fácil de detectar. Clicas e em vez de ir dar ao profile vai dar ao blogue ).
Um obrigada a todos Vós, que tivestes a amabilidade de passar por aqui, com amáveis votos.
Ao Pepe, particularmente, agradeço também o facto de se ter sentido motivado a responder ao meu pedido explícito, deixando opinião.
Daquelas que medito porque, como já fez noutras ocasiões, fundamenta sobre três importantes pilares: conhecimento, lucidez e bom-senso.
Post a Comment
<< Home