O abismo anda no ar
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Conduz-se num país cada vez
Mais de vento, de fogos, e de falsas culpas.
Mas nunca a demagogia acelerou
Meus versos.
É melhor travar enquanto tenho tempo.
A lua, só a lua, me basta
Para guiar o corpo.
Devagar, que os astros sabem
Bem guiar de noite.
Concedem-me os sinais que me orientam
No espaço,
Agora que deixo o tempo.
Acenos
Alguém pede boleia
É preciso parar, saber de perto
O que a aventura diz.
O abismo anda no ar, há um enxame de anjos
A atravessar o céu.
Ó meus amores, meus amigos, o melhor
É aproveitar o vento
E morrendo
Voando pelas ruas do país.
Armando Silva Carvalho
in Sol a Sol
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