28.2.07
Aula de castidade copiada
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Mais perto de nós, recordo sempre aquele Dia das Mentiras em que o Mário Viegas morreu de verdade. O mundo em que podíamos ter sexo com quem e quando nos apetecesse desmoronou. A maravilhosa pílula que deu liberdade à mulher precisa agora de funcionar em conjunto com um preservativo ou umas análises credíveis. E isto retira toda a magia do momento, da concretização do desejo ali e já, para se tornar quase num acto médico ou burocrático.
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Ler mais aqui, num blogue que não tem papas na língua.
Mais perto de nós, recordo sempre aquele Dia das Mentiras em que o Mário Viegas morreu de verdade. O mundo em que podíamos ter sexo com quem e quando nos apetecesse desmoronou. A maravilhosa pílula que deu liberdade à mulher precisa agora de funcionar em conjunto com um preservativo ou umas análises credíveis. E isto retira toda a magia do momento, da concretização do desejo ali e já, para se tornar quase num acto médico ou burocrático.
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Ler mais aqui, num blogue que não tem papas na língua.
27.2.07
26.2.07
25.2.07
Ao domingo

Temos este hábito, de dar uma voltinha ao domingo.
Há vários lugares, em redor de Lisboa, como hipotéticos destinos do que, sem maldade, se designa por passeio dos tristes.
Tristes, talvez quando vamos de saída. No regresso, a coisa melhorou quase sempre.
Hoje, fui dar o meu passeio dos tristes até ao Guincho, cheirar a maresia do mar do Guincho.
E como cheirava a maresia!
Uma pessoa até remoça um bocadinho, com aquele odor selvagem e forte. Nem Chanel, nem Dior, nem Calvin Klein conseguiriam nunca um perfume assim!
Houve paragem no Cabo Raso à ida e na Praia da Torre à volta, porque já se fazia hora de tomar uma bebida quente, era quase sol-posto.
Para quem não conhece, deixo aqui uma pequenina amostra, confessando que as fotos, nest post, são "achadas" por aí. Não são minhas.



Dói-me o espaço
Dói-me o espaço
Essa invenção do tempo
Sobre as coisas
E eu não sou nem sou
Apenas desenho, apenas ouço
Sou rio, talvez o leito
Sigo, emigro e abraço
À espera do mar
Aonde me descubro inocente
João Sevivas
in Frescos
Essa invenção do tempo
Sobre as coisas
E eu não sou nem sou
Apenas desenho, apenas ouço
Sou rio, talvez o leito
Sigo, emigro e abraço
À espera do mar
Aonde me descubro inocente
João Sevivas
in Frescos
24.2.07
23.2.07
Canto Jovem
Somos filhos da madrugada
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegámos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara
Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida pela noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa moira encantada
Vira a proa da minha barca
JOSÉ AFONSO
"Cantares", 1968
Pelas praias do mar nos vamos
À procura de quem nos traga
Verde oliva de flor no ramo
Navegámos de vaga em vaga
Não soubemos de dor nem mágoa
Pelas praias do mar nos vamos
À procura da manhã clara
Lá do cimo duma montanha
Acendemos uma fogueira
Para não se apagar a chama
Que dá vida pela noite inteira
Mensageira pomba chamada
Companheira da madrugada
Quando a noite vier que venha
Lá do cimo duma montanha
Onde o vento cortou amarras
Largaremos pela noite fora
Onde há sempre uma boa estrela
Noite e dia ao romper da aurora
Vira a proa minha galera
Que a vitória já não espera
Fresca brisa moira encantada
Vira a proa da minha barca
JOSÉ AFONSO
"Cantares", 1968
22.2.07
Y el mar al fondo
Cada cuerpo con su deseo
y el mar al frente.
Cada lecho con su naufragio
y los barcos al horizonte.
Estoy cantando la vieja canción
que no tiene palabras.
Cada cuerpo junto a otro cuerpo,
cada espejo temblando en la sombra
y las nubes errantes.
Estoy tocando la antigua guitarra
con que los amantes se duermen.
Cada ventana en sus helechos,
cada cuerpo desnudo en su noche
y el mar al fondo, inalcanzable.
EUGENIO MONTEJO
"La poesía es un melodioso ajedrez
que jugamos con Dios en solitario"
y el mar al frente.
Cada lecho con su naufragio
y los barcos al horizonte.
Estoy cantando la vieja canción
que no tiene palabras.
Cada cuerpo junto a otro cuerpo,
cada espejo temblando en la sombra
y las nubes errantes.
Estoy tocando la antigua guitarra
con que los amantes se duermen.
Cada ventana en sus helechos,
cada cuerpo desnudo en su noche
y el mar al fondo, inalcanzable.
EUGENIO MONTEJO
"La poesía es un melodioso ajedrez
que jugamos con Dios en solitario"
O exemplar Major Valentim
Da leitura matinal do DN, destaco:
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É uma história que segue a longa tradição portuguesa e ocidental de reconhecer no homem a tendência para a polinização e na mulher a tendência para a domesticação dos impulsos mais animais do homem; é a tradição que reconhece à hipocrisia um grande valor social, ao acomodar os comportamentos humanos mais disruptivos.
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Nota:
Permito-me discordar completamente da conclusão a que chega o autor do texto: o Portugal moderno, que eu não acredito que já tenha começado, ou qualquer outro país, por mais moderno que seja, terão sempre um Major qualquer. Basta ver o que aparece, de tempos a tempos, na imprensa britânica, ou na francesa, sobre personagens domésticas.
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É uma história que segue a longa tradição portuguesa e ocidental de reconhecer no homem a tendência para a polinização e na mulher a tendência para a domesticação dos impulsos mais animais do homem; é a tradição que reconhece à hipocrisia um grande valor social, ao acomodar os comportamentos humanos mais disruptivos.
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Nota:
Permito-me discordar completamente da conclusão a que chega o autor do texto: o Portugal moderno, que eu não acredito que já tenha começado, ou qualquer outro país, por mais moderno que seja, terão sempre um Major qualquer. Basta ver o que aparece, de tempos a tempos, na imprensa britânica, ou na francesa, sobre personagens domésticas.
21.2.07
16.2.07
15.2.07
De nervos e de ternura
Estas folhas que aqui vês
São tuas
Não são de papael
São de nervos, muitos nervos
E de ternura
Toca-lhes sem as magoar
Elas já estão magoadas
Pertencem à mágoa das palavras
Estão aqui por ti
Para respirares nelas
O seu próprio ar
Idem
Ibidem
São tuas
Não são de papael
São de nervos, muitos nervos
E de ternura
Toca-lhes sem as magoar
Elas já estão magoadas
Pertencem à mágoa das palavras
Estão aqui por ti
Para respirares nelas
O seu próprio ar
Idem
Ibidem
Não venhas
Não venhas atrás de mim
Não venhas
Eu não tenho caminho para seguir
Os meus atalhos são becos
Feitos sem fim
Não venhas atrás de mim
Não venhas
Eu ando apenas a cansar
O que resta de mim
Idem
Ibidem
Não venhas
Eu não tenho caminho para seguir
Os meus atalhos são becos
Feitos sem fim
Não venhas atrás de mim
Não venhas
Eu ando apenas a cansar
O que resta de mim
Idem
Ibidem
14.2.07
13.2.07
Meu pedaço de chão
Não planto alfaces no jardim, mas gosto de ter dois palmos de terra para enterrar sementes ou bolbos, para sujar as mãos e as unhas. Há o apelo do mar e há o apelo da terra. Há o cheiro a maresia e o cheiro a regado de fresco. Há o sabor bom do que se fez por nosso esforço. E os encontros com caracóis e lagartixas.
12.2.07
Ecclesia
"Enfraquecer a família é penalizar a sociedade", disse Bento XVI aos participantes num congresso sobre a "lei moral natural", no Vaticano.
Assunto tratado aqui e ali por quem sabe do que fala.
Tenha-se votado, ontem, SIM ou NÃO, é sempre bom ouvir opiniões inteligentemente dadas.
A lei natural, implicitamente, será moral ou amoral, nunca imoral. Impõe-se por si mesma.
Não necessita de arautos e defensores. Digo eu, que sou ignorante!
Assunto tratado aqui e ali por quem sabe do que fala.
Tenha-se votado, ontem, SIM ou NÃO, é sempre bom ouvir opiniões inteligentemente dadas.
A lei natural, implicitamente, será moral ou amoral, nunca imoral. Impõe-se por si mesma.
Não necessita de arautos e defensores. Digo eu, que sou ignorante!