28.5.07

Ausências

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e regressos!
Estarei de volta, em breve, espero eu.

21.5.07

Palavras

Incumbiu-me disto o António, meu amigo, razão suficiente para fazer, hoje, mais um meme.

Um textozinho sem pretensões:

Pousaste a cabeça no meu colo e disseste as palavras. Eu sabia que estavas triste. Sabia a razão da tua tristeza. Sabia o quanto as tuas palavras estavam pejadas das certezas e da confiança que temos um no outro. E as tuas palavras tiveram, para mim, a doçura do toque da seda e o aroma terno, suave e discreto das violetas selvagens. Porque sei que tu, meu Amor, homem na maioridade, tens ainda, dentro desse peito forte, um coração de menino, do meu menino.
Disseste só: preciso de miminho de mãe!

20.5.07

Actos, quantos ?

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a Rita de joelhos num arrasto convulsivo de saliva e sangue, como se a morte se exaltasse com o espectáculo humano da mulher despejada de si mesma, vazia num silêncio redondo com zunidos de náusea a obrigá-la a vomitar uma imprecação dirigida a Deus, nua e apetecível no seu abandono

não me peças para fazer amor

a proteger o sexo, a dor que latejava como uma dentada, e o Jovem Ibsen tentando deslocá-la do chão, as mãos encaixadas nos sovacos num balanço elástico para erguê-la no ar e ampará-la no corpo resistente e brutal, tinha um brilho de lágrimas da imagem do mal, ele ali como um cão a arrastar uma corrente sem limites de remorsos, porque o mal se ampliava numa marcha de agressões, e a Rita sem uma palavra a mais a não ser

não me peças para fazer amor
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texto dali
fernando esteves pinto

19.5.07

Rebeldia

A propósito do post anterior, sobre a boa ou má qualidade da rebeldia, ocorre-me transcrever a seguinte opinião de alguém que, sendo considerado ilustre sábio em vida é, hoje já falecido, Santo declarado:

A religião é a maior rebeldia do homem, que não tolera viver como um animal, que não se conforma – não sossega – enquanto não ganha intimidade e conhece o Criador. Quero-os rebeldes, livres de todas os laços, porque os quero – Cristo quer-nos! – filhos de Deus. Escravidão ou filiação divina: eis o dilema da nossa vida. Ou filhos de Deus ou escravos da soberba, da sensualidade, desse egoísmo angustiante em que tantas almas parecem debater-se.
TEXTOS DE S. JOSEMARIA – OPUS DEI



Quem se sentir capaz que comente!

18.5.07

Caminhos traçados


Só sei que não vou por aí!

17.5.07

Apetece gritar


A violência acontece na imperfeição do humano.
Mas há violência que não se consegue compreender: sobre crianças!
E há Darfur. E tantos outros lugares onde acontece o que não podia acontecer.
Apetece gritar, mesmo sabendo que ninguém escuta o grito.

16.5.07

Que excelente duo!


PODEM APRECIAR NESTE ENDEREÇO!

15.5.07

Volta um Poeta

Em Lisboa com Cesário Verde

Nesta cidade, onde agora me sinto
mais estrangeiro do que os gatos persas;
Nesta Lisboa, onde mansos e lisos
os dias passam a ver as gaivotas,
e a cor dos jacarandás floridos
se mistura à do Tejo, em flor também,

só o Cesário vem ao meu encontro,
me faz companhia, quando de rua
em rua procuro um rumor distante
de passos ou aves, nem eu sei já bem.

Só ele ajusta a luz feliz dos seus
versos aos olhos ardidos que são
os meus agora; só ele traz a sombra
dum verão muito antigo, com corvetas
lentas ainda no rio, é a música,
o sumo do sol a escorrer da boca,
ó minha infância, meu jardim fechado,
ó meu poeta, talvez fosse contigo
que aprendi a pesar sílaba a sílaba
cada palavra, essas que tu levaste
quase sempre, como poucos mais,
à suprema perfeição da língua.

Eugénio de Andrade

14.5.07

Um meme sobre abraços

maria_arvore, simpaticamente, lançou-me o repto de fazer um meme.

Ora, não haja por aí alguém a pensar em coisas estranhas, que eventualmente não saiba, como eu não sabia, o que é um meme, aqui deixo a definição que me foi dada:

(*) Um “meme” é um ” gene cultural” que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma”.

Como ando preguiçosa e nada inspirada, em vez de fazer um meme fresco, novinho em folha, resolvi ir repescar uma daquelas tais "folhas soltas", lá do fundo da gaveta da escrevaninha, e dizer que aquela coisita pirosa, escrita in illo tempore, podia ser baptizada de meme. Por isso, desculpem qualquer coisinha, porque aí vai disto:
Um abraço é sempre um “sentir peito no peito”, que pode ter duas variantes:
O abraço dos amigos, peito no peito, sob as túnicas puras do carinho e da amizade, um bálsamo suave transbordando dum coração ao outro, dando ânimo, lavando mágoas, a esperança ou a alegria morando nos olhos, a felicidade de ter ali alguém que nos vai querer sempre, as mãos, sem mácula, afagando o ombro ou o cabelo do amigo, feitas asas de andorinha, que espantam todos os medos.
O abraço dos amantes, peito no peito, pele a pele, queimadura de desejo, coração rompendo o corpo, braços enormes, querendo abarcar a pele toda, mãos a achar todas as formas e calores, olhos cerrados, afogados em pó de estrelas.

12.5.07

Carta aberta a Inês

Não sabes Inês, mas eu namoro os livros, nas prateleiras onde os acomodam.
Olho-os assim: capa, título, nome do autor; como nas pessoas olho as mãos, os olhos e a boca.
Mas com os livros vou mais longe. Pego-lhes, vejo a contracapa, leio as badanas, folheio-os e leio bocadinhos ao acaso. E namoro muitos, fico ali a olhar, a tocar neles, a pesar-lhes o conteúdo de saber, sensibilidade e bom-gosto. Ontem à noite fi-lo. E trouxe dois, escolhidos pelo conhecimento dos autores, de anteriores leituras.
De Jorge Araújo e Pedro Sousa Pereira, veio Cinco Balas Contra a América (As revoluções também são feitas de histórias de amizade). Porque me deixaram maravilhada, há tempos, com Nem Tudo Começa com um Beijo.
O Jorge escreve e o Pedro ilustra e acendem em nós fogueiras de ternura.
De tua autoria, Inês Pedrosa, de quem já li muitas coisas, trouxe o livro de contos Fica Comigo Esta Noite.
E se isto pode significar o encantamento que senti, o profundo prazer de lê-lo, digo apenas que o li de uma assentada. Noite adiante. E reli esta tarde, por gostar de saborear, numa segunda leitura, menos ávida mas mais degustada, os contos Só Sexo e Todo o Amor. Aquilo que me toca fundo, releio e releio…
Era assim, Inês, como tu, que eu gostava de saber escrever.
Não o sabendo creio, contudo, que temos algo em comum, que percebo sempre naquilo que escreves: é esta certeza de que a mulher é uma enseada em dias de calmaria e é também um rochedo nos dias de tempestade.
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P.S.
aqui se dá nota de outra leitura imperdível.

10.5.07

Gente que pensa

Às vezes, lavando as mãos sujamos a consciência.
(Autor desconhecido)

A minha consciência tem para mim mais peso do que a opinião do mundo inteiro.
(Cícero)

A consciência é a presença de Deus nos homens.
(S. Chamfort)

Sê senhor da tua vontade e escravo da tua consciência.
(Aristóteles)

A consciência é muito bem educada. Deixa logo de falar com aqueles que não querem escutar o que ela tem a dizer
(Samuel Butler)

9.5.07

Devagarzinho


Nos chega a serenidade.

5.5.07

Sempre o mar ou o rio


Hoje também.
Para estes lados.
Pousar a cabeça e encher os olhos. Sabe bem.

Humanidade apenas




Fui ao encontro do sorriso e do afago.
Deparei-me também com dor e algum desalento, que tive de ser eu a afagar.
Porque, quando é preciso, sou toda força.
Numa manhã, fui até ao promontório e deambulei fustigada pelo vento.
Numa tarde, quedei-me diante do mar e chorei tudo quanto me apeteceu.
Porque há momentos em que sou toda fragilidade.
Nada de especial porque, afinal de contas, é isto a nossa humanidade.
Nota: Onde me quedei há dias, frente ao mar, desgraçadamente, hoje, há quem tenha pranto bem mais amargo do que o meu. Essa sim é a angústia sem nome adequado.

3.5.07

Outras vozes, outros lugares



Por muito pouca sabedoria que tenhamos, sabemos que há vantagens na retirada e na temporada de retiro.
Preciso de estar retirada, ainda por mais um pouco.
Outras vozes e outros lugares me chamam.