Acolhedor(a)

Ainda a propósito de Neruda e da palavra Acolhedor(a):
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Acojedora como un viejo camino.
Te pueblan ecos y voces nostálgicas.
Yo desperté y a veces emigran y huyen
pájaros que dormían en tu alma.

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Há palavras/imagens que também defino como acolhedoras:

Colo / Abraço/ Mimo/ Olhar/ Mãos

Cafeteira / Brasas/ Lareira/ Chaminé/ Castanhas

Neruda - Poema 10

HEMOS PERDIDO AUN ESTE CREPÚSCULO.
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.

He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.

A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.

Yo te recordaba con el alma apretada
de esta tristeza que tú me conoces.

Entonces, dónde estabas?
Entre qué gentes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?

Cayo el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.

Siempre , siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.

Quem julgará?

Quem julga e condena a mulher que aborta?
Quem, para lá da sua própria dor e angústia, poderá punir?
Quem se acha no direito de atirar a primeira pedra?
Imagem: Renoir

Meu Amigo convida

E eu, que já li, só digo: gostei imenso.
Sensibilidade e bom-gosto.
Com a arte de expressar muito com poucas palavras.
Tento separar a análise da amizade...

Poema com flores

Este homem que pensou
com uma pedra na mão
tranformá-la num pão
tranformá-la num beijo

Este homem que parou
no meio da sua vida
e se sentiu mais leve
que a sua própria sombra
...........
António Ramos Rosa

Interiorização

a preto e branco.

Renoir, hoje em cores quentes

Hora da irreverência

Haja humor, porque a vida é curta...

As palavras

A profunda harmonia entre ela e o mundo - uma harmonia difícil, instável, porque ela insistia sempre em viver com rigor, com uma atenção que não afrouxava nunca, mesmo quando dormia - o rigor, por exemplo, com que domava ou desmanchava os sonhos, obrigando-se a lembrá-los, obrigando-os a saltar por dentro de arcos incendiados, as flores imaginadas formando finalmente um ramo, as flores de sombra, de sol, de areia, domar o vento, aprender a cavalgar o vento, pôr um risco de azul a contornar o mar, a dura acrobacia do seu corpo, ao mesmo tempo solto e geométrico, os difíceis exercícios interiores, os saltos mortais de olhos vendados sobre um fio de arame estendido entre o possível e o impossível.

Teolinda Gersão, Os Guarda-Chuvas Cintilantes, 1984

Renascer

Ciclos de morte e vida.

Renoir, com Mar ao fundo

Para lá do "Moulin de la Galette".

































Renoir refresca.

Eu sei quem faz anos hoje...

Disse-me um passarinho.

Parabéns, Francisco. Que venham muitos mais, felizes e que eu vá vendo, já agora, se não é pedir muito.

World Press Photo 2006

Fotos fabulosas, muitas delas destilando sangue, dores, mortes e lágrimas.

Acutilantes como facas de mato.

Nomes grandes ou freelancers, muitos, muito bons.

Destaco, correndo o risco de ser injusta - há sempre o gosto pessoal num destaque - Jakob Dahl, Todd Heisler, Martin Roemers, Paolo Pellegrin, Daniel Beltrá.

Há os portugueses com trabalhos belíssimos: Leonel de Castro (JN), José Carlos Carvalho, Paulo Cordeiro, Luísa Fragoso, Luis Quinta.

Vi ontem, no Centro Cultural de Belém. E atrevo-me a recomendar a quem ainda não viu.

Serenidade

Não há razão para termos medo das sombras. Apenas indicam que em algum lugar próximo brilha a luz.
(Ruth Renkel)

Não repreendas quando sentes a indignação pela falta cometida. - Espera pelo dia seguinte, ou mais tempo ainda. - E depois, tranquilo e com a intenção purificada, não deixes de repreender. - Conseguirás mais com uma palavra afectuosa, do que ralhando três horas. - Modera o teu génio.
(Josemaria Escrivá)

O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.
(William George Ward)

Colorir um dia pardo

E que seja bom, tranquilo, reparador, o fim de semana que vem por aí...

Não é porno

É para pensar nos porquês.

Loureiro

Originário do Mediterrâneo, adaptou-se bem em regiões de clima temperado: o loureiro era a árvore consagrada ao deus Apolo, deus grego da profecia, poesia e cura. As sacerdotisas transmitiam suas profecias após, entre outros rituais, comer uma folha de louro.
Na antiguidade greco-romana era símbolo de glória, com as coroas feitas da erva.
Na Idade Média era usado para afastar demónios, bruxas e raios. Uma superstição diz que quando morre um loureiro, ocorre um grande desastre.

Uso caseiro: Pendurar ramos pela casa para refrescar e perfumar o ar. As folhas nas gavetas e armários ajudam a afastar traças.
Uso culinário: Utilizar em pequenas quantidades em molhos, sopas, feijão, marinadas de carnes, caldos de peixe, recheios, caça. Retirar a folha antes de servir, pois pode dar sabor amargo à comida. Cozer em leite para aromatizar cremes de leite e ovos e pudins de arroz.
Efeitos colaterais: Consumido em grandes doses, tem efeito narcótico.

Procissão de N. Sra. de Nazaré

Brasil - Belém do Pará.

















A multidão de devotos.

Todos diferentes, todos iguais

As diferenças estão só à flor da pele, no modo como nos relacionamos com o mundo.

Proteger as Crianças

Uma causa sempre a precisar de maior empenho.
Não à violência, em todas as suas formas.
Não à violência sobre crianças!

















Aldeias de Crianças SOS de Portugal, uma causa de um amigo, uma causa de muita gente.

Cores de Matisse

Rendilhados

Arte da Natureza.










Apanhei ontem no jardim.

Há surpresas boas

Hoje foi dia!














Chuvamiuda voltou a falar por imagens.
Gosto de escutar essas conversas.

Mensagem de amor?

Contrato, apenas?













Frederico, obrigada por esta interessante foto.

Outro lugar dos meus passos

Gosto disto, também.
Lugares onde o tempo vai devagarinho.

Seguir o percurso

Com ou sem pedras no caminho.

Com poesia, BFS.

Mais uma noite, amor. Ao recordar-te
retomo os fins do mundo, a cinza, os dias
manchados de outras lágrimas. Sabias
como eu a cor das sombras, essa arte

que nos engana agora e se reparte
por esquinas e cafés. Já não me guias
os muitos passos vãos, as fantasias
da minha falsa vida. Vou deixar-te

fugindo-me. Na chuva, sem ninguém,
apenas alguns vultos, o que vem
e dói não sei porquê - este deserto

onde te vejo, imagem outra vez,
até de madrugada. O que me fez
sentir o muito longe aqui tão perto?

Fernando Pinto do Amaral

A isto chamo "alcandorado"

Muito mais perto do conceito, para mim, do que o corvo de Edgar Allan Poe, sobre o busto de Palas.

Também há o confiar

Nem requer palavras.

Porque não?

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

VINICIUS DE MORAES

Jogava à batalha naval

In ilo tempore...
"SUBMARINO AO FUNDO".
Então, era só um jogo.

Lugares de meus passos

Lugares que me chamam, ruas, becos, mundos exóticos, cheiros, cores, texturas, sons.
E gentes.
Não sei porquê, mas sou berbere.
E acredito na fraternidade, também sem razão plausível.

Verdades difíceis

Como vão longas as sombras, sobre o meu relógio de sol.
Como é veloz a areia, na clepsidra dos meus dias.
Porque voam as horas felizes?
Porque diz Neruda que "Es tan corto el amor, y es tan largo el olvido" ?

O diabo anda à solta?

Ouço com frequência dizer que sim, que ele anda à solta...

Em azul, se possível

Tenham um bom fim de semana.

Há um tempo

Para o mosto e para o vinho.
Para o caos e para a ordem.
Para traçar azimutes.

Galante e decorativo

Hoje estou frívola. Ligeira.
Não me apetece pensar fundo.
Lembrei-me de Fragonard: galante e decorativo.

By the river

Bathers

Lugares dos passos perdidos

Upside down

Foto: Howard Schatz

Há pessoas assim

Duma força invejável,
duma coragem sem limite,
duma estabilidade nunca abalada,
que dão inquestionável segurança,
que o tempo não desgasta, acreditamos,
que estarão sempre lá, generosas, acolhedoras.
Há pessoas assim, mas são raríssimas.

Saudade do azul